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2012 - Livro Vermelho 2013

Genlisea violacea A.St.-Hil. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 28-08-2012

Criterio:

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Genlisea violacea caracteriza-se por ervas aquáticas e/ou rupícolas, anuais,hermafroditas, e apresentam polinização entomófila. Ocorre desde o município dePalmeiras, na região central do Estado da Bahia até a porção sul do Paraná, nosbiomas Mata Atlântica e Cerrado, em Campo Rupestre, Cerrados, áreas alagadas emargens de rios, entre 400 e 2.000 m. Apresenta EOO de 187.133,3 km². Protegidapor unidades de conservação (SNUC). Apesar de seus habitats estarem em constantesupressão, não há uma ameaça direta que a coloque em risco de extinção. Nãoameaçada no âmbito nacional.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Genlisea violacea A.St.-Hil.;

Família: Lentibulariaceae

Sinônimos:

  • > Genlisea biloba ;
  • > Genlisea cylindrica ;
  • > Genlisea reflexa ;
  • > Utricularia glandulosa ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Distribuição

Ocorre nos Estados da região Sudeste e na Bahia (Fromm-Trinta, 1996).

Ecologia

Erva perene, que habita áreas alagadas de Campo Rupestre e Cerrado. Fértil de janeiro a novembro e polinizada por insetos.

Ameaças

1.4.3 Tourism/recreation
Detalhes O Parque Estadual de Ibitipoca é muito visitado por turistas ao longo de todo o ano. Estima-se que o número de visitantes alcance os 40.000 por ano. Além da pressão de coleta ilegal exercida por parte dos turistas, a criação de trilhas sem a orientação dos funcionários, bem como a erosão de trilhas já existentes, pode atingir diretamente as populações de algumas espécies.

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O Espinhaço é marcado, em praticamente toda a sua extensão, por uma ocupação humana antiga vinculada à extração de ouro ou diamantes e atividades associadas. No entanto, com o declínio das jazidas no final do século XIX, as cidades perderam importância e várias delas vivem atualmente de sua história, encontrando no turismo sua principal atividade econômica. Outras estão resignadas a atividades em pequena escala, como a agricultura de subsistência e o extrativismo. Devido à topografia irregular e ao solo impróprio para agricultura, os Campos Rupestres não parecem sofrer pressão antrópica acentuada. No entanto, estão sujeitos a queimadas frequentes. Em alguns pontos, estão sendo substituídos por monoculturas de eucaliptos e pinheiros. Em outros, principalmente próximos aos centros urbanos, o aumento no número de casas de veraneio e pousadas é surpreendente. São comuns também a coleta de toneladas de capítulos de sempre-vivas (principalmente Eriocaulaceae e Xyridaceae) para exportação, a retirada de orquídeas, cactos e bromélias para cultivo e a extração de diferentes espécies de canelas-de-ema (ou candombás) resinosas para combustível (Giulietti et al., 1997). Muitas dessas populações são pequenas e a retirada de indivíduos nesses casos pode reduzir significativamente e de maneira irreversível sua variabilidade (e.g. Cavallari et al., 2006), podendo desencadear um processo que culminará com sua extinção. a interferência humana nas comunidades dos Campos Rupestres, portanto, não é desprezível e já tem sido notada através da menor variabilidade genética e morfológica em populações de plantas do espinhaço (e.g., Gomes et al., 2004). O grande número de espécies vegetais exclusivas dos Campos Rupestres rende à sua flora a condição de insubstituível. Suas espécies microendêmicas são muitas vezes representadas apenas por pequenas populações e estão por isso mais suscetíveis a episódios estocásticos naturais ou provocados pelo homem. Portanto, os campos rupestres são intrinsecamente ricos em espécies vulneráveis e necessitam de proteção especial. A consciência de que a flora das serras do espinhaço deve ser conservada não é recente e tem sido reforçada a cada novo levantamento. ainda são poucos os estudos capazes de estabelecer prioridades para a conservação da biodiversidade nos campos rupestres. apesar de importantes, várias unidades de conservação não representam toda a heterogeneidade biológica regional e não possuem uma configuração ideal para conservação e manejo efetivo de sua biodiversidade (Funch; Harley, 2007). para se proteger os campos rupestres é imprescindível conhecer as espécies que ali ocorrem e como elas estão distribuídas (Rapini et al., 2008).

1.3.1 Mining
Detalhes De acordo com Elias et al. (2009), a área ocupada por remanescentes florestais, de acordo com os dados obtidos pelo NDVI, corresponde a 13,63% da área total da APA "Santuario Ecologico da Pedra Branca", a área de campos de altitude corresponde a 7,78% e a área antropizada a 78,59%. A área antropizada é constituída principalmente pela supressão da vegetação para atividades agropecuárias e mineração, sendo que alguns empreendimentos destas atividades apresentam irregularidades, tais como: intervenção em APP, exploração ilegal dos recursos minerais, entre outras.

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie é considerada "Vulnerável" (VU), segundo a lista das espécies da Flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no PARNA Serra do Cipó, Conceição do Mato Dentro - MG; PARNA Chapada Diamantina, Lençóis - MG; RPPN Santuário do Caraça, Barão de Cocais - MG; P. E. do Ibitipoca, Lima Duarte - MG; P. E. Serra do Cabral, Joaquim Felício - MG.

Referências

- FROMM-TRINTA, E. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Lentibulariaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, v. 15, p. 105-118, 1996.

- ANDRADE, B. S. C. A família Lentibulariaceae no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais - Brasil. Monografia de bacharelado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.

- CAVALLARI, M. M.; FORZZA, R. C.; VEASEY, E. A. ET AL. Genetic Variation in Three Endangered Species of Encholirium (Bromeliaceae) from Cadeia do Espinhaço, Brazil, Detected Using RAPD Markers. Biodiversity and Conservation, v. 15, p. 4357-4373, 2006.

- FUNCH, R.R.; HARLEY, R.M. Reconfiguring the boundaries of the Chapada Diamantina National Park (Brazil) using ecological criteria in the context of a human-dominated landscape. Landscape and Urban Planning, v. 83, p. pp. 355-362, 2007.

- RAPINI, A; RIBEIRO, P.L.; LAMBERT, S.; PIRANI, J.R. A flora dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, Megadiversidade, n.1-2, p.16-24, 2008.

- GOMES, B.Z.; MARTINS, F.R.; TAMASHIRO, J.Y. Estrutura do cerradão e da transição entre cerradão e floresta paludícola num fragmento da International Paper do Brasil Ltda., em Brotas, SP. Revista Brasil. Bot., v. 27, n. 2, p. pp.249-262, 2004.

- GIULIETTI, A. M.; PIRANI, J. R.; HARLEY, R. M.DAVIS, S.D.; HEYWOOD, V.H.; HERRERA-MACBRYDE, O.; VILLA-LOBOS, J. Espinhaço range region. WWF/IUCN, Cambridge, 1997. 397-404 p.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- ELIAS, R. C. L.; REZENDE, M. G.; MALAFAIA FILHO, M. ET AL. Determinação das fitofisionomias da APA Santuário Ecológico da Pedra Branca, Caldas- MG, por meio do NDVI (índice da vegetação da diferença normalizada).Mais um recurso para conservação da biodiversidade?. Sociedade de Ecologia do Brasil, 2009.

Como citar

CNCFlora. Genlisea violacea in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Genlisea violacea>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 28/08/2012 - 14:59:54